A embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Ribeiro Viotti, foi incumbida pelo Itamaraty de atuar para frear os esforços do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem buscado apoio junto ao governo Donald Trump para aplicar sanções ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por abusos de autoridade.
De acordo com Paulo Cappelli, do Metrópoles, nos últimos dias, Viotti intensificou articulações com diplomatas norte-americanos e com figuras-chave da Secretaria de Estado, atualmente sob liderança do influente senador Marco Rubio. O objetivo é convencer Washington a não avançar com medidas punitivas contra integrantes do Judiciário brasileiro – especialmente Moraes, cuja conduta tem sido alvo de críticas dentro e fora do país por alegadas violações a princípios democráticos, como a liberdade de expressão.
Fontes diplomáticas relataram que a embaixadora tem destacado o histórico de cooperação entre Brasil e Estados Unidos, alertando que qualquer sanção a autoridades brasileiras poderia ser interpretada como interferência externa e prejudicar os laços bilaterais. No entanto, críticos de Moraes argumentam que as ações do ministro à frente de inquéritos sigilosos e decisões monocráticas têm colocado o Judiciário brasileiro sob forte contestação internacional.
Atualmente, cerca de 4 mil empresas americanas operam no Brasil, e os Estados Unidos mantêm a posição de segundo maior parceiro comercial do país, ficando atrás apenas da China.
Viotti, primeira mulher a comandar a embaixada brasileira em Washington, foi indicada para o cargo pelo presidente Lula (PT) em 2023 e representou o país na posse de Donald Trump.
Enquanto o Planalto tenta conter a crise diplomática, Eduardo Bolsonaro segue defendendo que autoridades que, segundo ele, extrapolam os limites constitucionais e não devem ficar impunes.