15/01/2019 às 21h30min - Atualizada em 15/01/2019 às 21h30min
Justiça de Goiás nega pedido de soltura de João de Deus
Decisão desta terça-feira (15) é da 1ª Câmara do Tribunal de Justiça de Goiás
R7
Foto:Walterson Rosa A 1ª Câmara do TJGO (Tribunal de Justiça de Goiás) negou por unanimidade, nesta terça-feira (15), o habeas corpus (pedido de soltura) de João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus.
Na decisão do relator, o desembargador Nicomedes Borges, ele afirmou que a prisão do médium atende a todos os requisitos legais. “As práticas delituosas do paciente evidenciam sua periculosidade social, bem como uma possível reiteração, tornando-se imprescindível a custódia para garantia da ordem pública e a aplicação da lei penal, sendo impossível qualquer outra medida hábil que garanta a integridade das vítimas e sendo necessário acautelar o meio social pela grande repercussão que os graves fatos trazidos até o momento representam à sociedade em geral”, diz o relatório.
João de Deus está preso preventivamente desde 16 de dezembro, denunciado por crimes de estupro de vulnerável e abuso sexual mediante fraude. Segundo o MPGO (Ministério Público de Goiás), houve uma movimentação financeira em favor do médium, com saques de R$ 35 milhões, dias após as notícias sobre os abusos serem divulgadas.
Para o relator, a decretação da prisão provisória do paciente é justificada “se valendo da materialidade, dos vários indícios de autoria e da gravidade delitiva, estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude”.
Borges enfatizou que quatro casos ocorreram entre abril e outubro do ano passado, mas que a força-tarefa do MPGO recebeu 595 e-mails, identificando 255 vítimas, de seis países, sendo 23 com idades entre nove e 14 anos.
Defesa
Os advogados de João de Deus alegam que ele deve aguardar o julgamento em liberdade ou em prisão domiciliar. A defesa afirma que o médium é réu primário, possui residência fixa há mais de 42 anos e “trabalho notório”.
Além disso, a condição de saúde de João de Deus foi levantada. Ele tem 76 anos e, de acordo com os advogados, possui doença coronária e vascular grave e é recém-operado de câncer no estômago.
Em relação ao dinheiro, os advogados afirmam que a quantia foi depositada em outra conta do acusado.