05/01/2025 às 17h02min - Atualizada em 05/01/2025 às 17h02min
Soldado israelense deixa Brasil após virar alvo da PF
Político israelense chamou governo brasileiro de "irresponsável"
Pleno
Tropas israelenses Foto: EFE/EPA/ATEF SAFADI O líder da oposição israelense, Yair Lapid, repudiou neste domingo (5) a decisão da Justiça Federal brasileira de determinar que a Polícia Federal (PF) investigue um soldado israelense que estava no Brasil e criticou a política externa do governo, que de acordo com ele, trata os palestinos como melhores que os israelenses na arena internacional.
– O fato de um reservista israelense ter sido forçado a fugir do Brasil na calada da noite para evitar ser preso por combater em Gaza é um enorme fracasso político de um governo irresponsável que simplesmente não sabe como trabalhar – disse o político na rede social X.
A Justiça Federal emitiu uma ordem à PF para que investigue e tome medidas contra o soldado israelense Yuval Vagdani por supostos crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza, informou o portal Metrópoles.
Lapid lamentou que “os militares das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), tanto do serviço regular quanto dos reservistas, têm medo de viajar para o exterior por medo de serem presos”.
A investigação foi iniciada por uma denúncia da Fundação Hind Rajab (HRF) contra o soldado israelense, que atualmente está no Brasil. Ele é acusado de participar de demolições em massa de casas de civis na Faixa de Gaza durante uma campanha sistemática de destruição.
– O Tribunal Federal do Distrito Federal, com o aval do Ministério Público Federal, emitiu uma ordem urgente para que a polícia investigue e tome medidas contra o suspeito, marcando um passo fundamental para responsabilizar os envolvidos nos crimes cometidos em Gaza – disse a fundação em comunicado divulgado neste sábado (4).
Na denúncia, a fundação alertou sobre a possibilidade de fuga do suspeito, divulgando neste domingo que “Israel está tentando contrabandear o suspeito de crime de guerra israelense Yuval Vagdani para fora do Brasil”.
– Há também indícios de que provas estão sendo destruídas. Isso não é apenas um escândalo, mas uma afronta à soberania e ao Estado de Direito do Brasil. Israel já usou táticas semelhantes no passado – argumentou.
As autoridades israelenses não comentaram o caso até o momento. No entanto, Lapid observou em sua publicação que o militar israelense teria fugido do Brasil.
*EFE