07/01/2019 às 17h55min - Atualizada em 07/01/2019 às 17h55min

Hospital com nome de Zuckerberg deixa pacientes com dívidas

O Zuckerberg San Francisco General recebeu o nome do fundador do Facebook após doação de US$ 75 milhões...

R7
Reprodução
O hospital que leva o nome do  fundador do Facebook, o Zuckerberg San Francisco General (ZSFG), localizado na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, está levando pacientes a contraírem grandes dívidas. A informação foi publicada nesta segunda-feira (7) no Vox.

O portal-norte-americano analisou a conta de cinco pacientes que passaram pela sala de emergência e por consultas com especialistas no hospital e descobriu que a fatura, inclusive para pacientes que tinham convênio médico, chegava a milhares de dólares, valor muito superior se comparado a hospitais do mesmo padrão.

O hospital foi recentemente nomeado em homenagem ao fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, depois de ele ter doado U$S 75 milhões (cerca de R$ 280 milhões) ao local, o maior repasse espontâneo já feito a um hospital público nos Estados Unidos. O hospital usou o dinheiro para construir um novo centro de trauma, inaugurado em 2016.

Trata-se do maior hospital público de São Francisco e único centro de trauma de primeira linha da cidade. No entanto, o hospital não participa de nenhum convênio médico privado de saúde.

 

Nina Dang poucos dias após acidente de bicicleta e após atendimento no hospital
Reprodução Vox

A maioria dos pronto-socorros de São Francisco negocia valores com as empresas de saúde, que trabalham em rede. Mas o Zuckerberg San Francisco General (ZSFG) não realizou negociações com planos privados, ficando fora dessa rede.

Isso se torna um grande problema principalmente para pessoas que sofrem acidentes e são levadas ao hospital de ambulância, ainda se recuperando de um trauma e com pouca capacidade para pesquisar e escolher um hospital dentro da rede.

Um porta-voz do hospital confirmou à Vox que o ZSFG não aceita nenhum seguro de saúde privado, descrevendo isso como uma prática normal de faturamento. Ele afirmou que o foco do hospital está em atender pessoas com cobertura de saúde pública, mesmo que isso signifique compensar esses custos com altas contas para os segurados privados.

A maioria dos centros médicos públicos de trauma, incluindo os que estão localizados nos arredores da cidade, anunciam uma longa lista de planos de saúde.

Nina Dang, 24, é uma das pessoas que contraíram dívida nessas circunstâncias no hospital de Zuckerberg, segundo o portal. Ela caiu de biclicleta e quebrou o braço. Um transeunte a viu e chamou uma ambulância. Acordada, mas sem a capacidade de responder a perguntas básicas sobre onde morava, por exemplo, foi levada ao local.

Lá, foram feitos um raio-X de seu braço e uma tomografia computadorizada de seu cérebro e coluna vertebral. Foi colocada uma tala em seu braço. Ela recebeu medicação para a dor e foi recomendado acompanhamento com um ortopedista.

Meses depois, ela recebeu uma fatura de US$ 24 mil (cerca de 88 mil). Seu convênio médico cobriria apenas US$ 3,8 mil (cerca de R$ 14 mil), uma quantia que considerava justa pelos serviços prestados. Isso deixou Dang com uma dívida de US$ 20 mil (cerca de R$ 74 mil).

"É aterrorizante e frustrante", disse Alexa Sulvetta, 31, ao portal, que também se sentiu lesada pelo hospital. Um visita ao pronto-socorro lhe custou US$ 31 mil (R$ 115 mil).

Fundado em 1872, o Zuckerberg San Francisco General (ZSFG) estima que atualmente atenda um em cada cinco moradores da cidade. Vangloria-se de que é a sala de emergência mais movimentada de São Francisco. Atende cerca de 80 mil pacientes por ano e recebe um terço das ambulâncias da cidade.

A maioria dos pacientes que se sentiu lesado pelo hospital recorreu ao sistema judicial, segundo o portal.

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