31/08/2023 às 18h46min - Atualizada em 31/08/2023 às 18h46min

Além do CV, PCC levou golpe de Engomadinho do Bitcoin

Por meio de mensagens, um suposto integrante da organização afirmou que havia R$ 30 milhões em bitcoins provenientes do caixa da facção

Metrópoles
Foto: Reprodução
O principal executivo da plataforma financeira Bybot, Gustavo de Macedo Diniz, conhecido como “Engomadinho do Bitcoin”, conseguiu passar para trás as duas maiores facções criminosas do país. Além da carioca Comando Vermelho (CV), que ofereceu R$ 15 mil de recompensa pelo trader golpista, a paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) ameaçou o CEO da empresa, que está jurado de morte.

Por meio de mensagens, um suposto integrante da organização afirmou que havia R$ 30 milhões em bitcoins provenientes do caixa do PCC investidos na Bybot. Em uma das postagens, o homem pontuou que endereços de pessoas ligadas ao executivo já foram levantados e estão sob monitoramento.

“Já põe aí que, a partir de segunda-feira, se esse pau no cu do Diniz não aparecer, a irmandade vai visitar cada um da família dele. 15.3.3 fica às ordem. Tá entendendo não, tinha com ele mais de 30 milhao da casa com ele em btc. Ele já tá no juramento e não tem volta. Ce não tá entendendo o meu preju. Já tem o endereço de cada um tá tudo vigiado vai ter sangue já tá avisado e segunda feira e não tem conversa [sic]”, afirma a mensagem.



Significado

O significado do “15.3.3”, utilizado para designar o Primeiro Comando da Capital, se refere à colocação das letras no alfabeto. O código foi criado inicialmente com o propósito de dificultar o entendimento das autoridades carcerárias sobre as comunicações e atividades do grupo, enquanto facilitava a identificação e comunicação entre os integrantes do PCC, mesmo a distância.

Gustavo Diniz deletou todas as redes sociais, apagou os canais de comunicação e fechou a plataforma para saques.

Nenhum dos investidores consegue, desde a última sexta-feira (25/8), sacar a quantia que estava depositada nas carteiras. Antes assíduo nas redes sociais e sempre gravando lives, Gustavo, que passou a ser apelidado de “Engomadinho do Bitcoin”, teria fugido do país em direção à Ásia.

De lábia afiada, abusando da simpatia e inspirando segurança, o administrador da plataforma costumava gravar vídeos para os seguidores e mostrava que o negócio era “seguro” e totalmente legalizado.

A Bybot operava, principalmente, com a chamada arbitragem de criptoativos. O processo é bastante conhecido no mercado de ações. Quando um investidor decide trabalhar por esse método, ele começa a negociar ativos por preços baixos e oferecê-los em plataformas que pagam um preço maior. A diferença, então, fica com o investidor.

Fuga rápida

O “Engomadinho” viajava o mundo colhendo frutos do sucesso financeiro proporcionado pela plataforma. Natural de Mogi das Cruzes, em São Paulo, o trader se afastou da família — que leva uma vida simples no interior paulista — para viver uma rotina de ostentação. Antes de apagar suas redes sociais, o gestor da Bybot publicava fotos em resorts de luxo, estações de esqui e praias paradisíacas.


Sem se identificar, um empresário do DF que perdeu 15 mil dólares afirmou que o golpe ocorreu muito rapidamente. “Não sabemos, de fato, o que aconteceu. Estávamos todos aguardando a suposta manutenção e, repentinamente, o Gustavo derrubou o site, apagou o perfil no Instagram e sumiu do Telegram”, disse.

Assim que a Bybot saiu do ar, Gustavo Diniz nunca mais foi visto, nem nas redes sociais e muito menos pessoalmente.

Ele teria um braço operacional da plataforma na Tailândia. “A suspeita de muitas pessoas que perderam fortunas e estão no encalço dele é que o destino do golpista tenha sido Bangkok”, disse o empresário.

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