20/07/2023 às 18h05min - Atualizada em 20/07/2023 às 18h05min

Mulheres cristãs são despidas e violentadas em Manipur

Nenhuma prisão ou medida efetiva foi tomada pelo governo indiano

Pleno News
O conflito dura mais de 80 dias e causou inúmeros ataques (Imagem ilustrativa) Foto: Portas Abertas
A violência não cessa em Manipur, na Índia. De acordo com a organização cristã Portas Abertas, o conflito étnico-religioso que está devastando a região já gerou mais de 30 mil deslocados internos. A comunidade cristã local já testemunhou 120 mortes, 380 igrejas atacadas, mais de mil casas incendiadas, assim como cerca de 250 vilarejos e comércio de cristãos atacados.

A Índia é o 11º país na Lista Mundial da Perseguição 2023 que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos. A tensão tornou Manipur um local hostil, com ataques constantes há mais de 80 dias.

Após um longo período sem internet, desde a suspensão em maio, autoridades locais liberaram parcialmente o acesso à rede. Vídeos e imagens que mostram os ataques viralizaram nos últimos dias e têm indignado indianos e cristãos no mundo todo.

VÍDEO VIRAL

Uma das publicações chamou a atenção ao mostrar duas mulheres cristãs da minoria kuki-zo. Elas foram arrancadas de uma viatura da polícia por um grupo de homens da comunidade meitei, liderados pelo radical Arambai Tenggol. Os homens tiraram as roupas das cristãs e as exibiram nuas e molestadas.

O fato despertou a indignação de pessoas por toda a Índia. A completa indiferença e negligência do governo local estão finalmente sendo questionadas. Não se entende por que a polícia não toma nenhuma ação para impedir os ataques e por que nenhum tipo de denúncia contra os criminosos foi feita, considerando que o rosto de cada um deles está nítido nos vídeos.



IMPUNIDADE

Desde o início da crise, nenhuma prisão foi feita, apesar das claras violações dos direitos humanos e a pressão de órgãos internacionais. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, quebrou o silêncio e se pronunciou afirmando que irá intervir com medidas severas contra os agressores. A Suprema Corte indiana já alertou que, se o governo não agir, a própria corte tomará as providências necessárias.

– É doloroso e chocante ver o vídeo e ouvir sobre esses incidentes terríveis. Desde que a internet foi parcialmente liberada, vemos os registros dos ataques hostis. Muitos crimes ficaram escondidos durante o período em que a internet foi suspensa. Nenhuma medida foi tomada. A justiça continua retida. Ainda há muita inquietação, ataques e brigas segundo cristãos locais – afirma Rachel Reddy (nome fictício), parceira local da Portas Abertas.

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