18/12/2018 às 14h46min - Atualizada em 18/12/2018 às 14h46min

Eletricista denunciado por estuprar a própria enteada durante 10 anos é preso no bairro Novo Aleixo

O infrator confessou que estuprava a enteada. Ele relatou, ainda, não lembrar precisamente quando os abusos iniciaram...

SSP-AM
Reprodução
A Polícia Civil do Amazonas, por meio da equipe de investigação da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), sob o comando da delegada Joyce Coelho, titular da especializada, cumpriu na tarde da última sexta-feira (14/12), por volta das 14h, mandado de prisão preventiva por estupro de vulnerável em nome de um eletricista de 47 anos, denunciado por abusar sexualmente da própria enteada, durante dez anos. Atualmente a vítima tem 18 anos.

O eletricista foi apresentado durante coletiva de imprensa realizada às 9h30 desta terça-feira (18/12), no prédio da Depca, situado no bairro Planalto, zona centro-oeste da capital. De acordo com a autoridade policial, o infrator foi preso na casa onde estava morando com a mãe da vítima, no bairro Novo Aleixo, zona norte de Manaus. A ordem judicial em nome do infrator foi expedida no dia 10 de dezembro deste ano, pela juíza Roseane do Vale Cavalcante Jacinto, no Plantão Criminal.

“As investigações em torno deste caso iniciaram após a vítima, atualmente com 18 anos, nos procurar no dia 26 de outubro deste ano. Na ocasião, nos relatou que os estupros aconteceram desde que ela tinhacinco anos e continuaram até ela completar 17 anos. Durante esse tempo, ela passou dois anos longe de casa, em uma tentativa de escapar dos estupros. Inicialmente, o padrasto só tocava as partes íntimas da vítima, mas com o passar dos anos, ele passou a consumar o ato sexual, ainda durante a infância da garota. Ele chegou, inclusive, a dar dinheiro à vítima, para que ela não contasse às pessoas o que acontecia entre eles”, explicou a titular da Depca.

Morte suspeita - Conforme Coelho, após a denúncia, as equipes de investigação da especializada realizaram um levantamento e verificaram mais dois Boletins de Ocorrência (BOs) na Depca em nome do eletricista. As ocorrências são de 2013 e 2014. Ainda de acordo com a delegada, em 2013, a irmã da vítima e então filha biológica do homem, morreu em circunstâncias suspeitas, causada por pneumonia, porém, na época, um laudo de conjunção carnal feito na criança, que tinha dez anos, apresentou indícios de abuso sexual.

Ao longo da coletiva, a delegada da especializada explicou que aos oito anos de idade, a jovem de 18 anos contou à mãe dela sobre os abusos, mas a mulher não acreditou nela. Por conta disso, ela buscou ajuda em um abrigo, onde permaneceu por dois anos. Passado esse período, ela retornou à casa onde morava com a mãe e o padrasto e, novamente, voltou a ser estuprada pelo infrator. A titular da Depca disse que o homem também já agrediu fisicamente a jovem e a mãe dela. Em uma das ocasiões, ele chegou a quebrar a cabeça da enteada.

“Em decorrência de todo esse histórico de abuso e agressão por parte do padrasto, essa jovem apresenta sinais de depressão, com fortes tendências suicidas. Nós fizemos o levantamento e recebemos inclusive notificações de hospitais por onde ela já havia passado. Ela se auto-mutila. Considerando todas essas informações, o abuso sexual crônico dessa jovem de 18 anos e essa suspeita que recai sobre ele, sobre o óbito da própria filha, representei à Justiça o pedido de prisão preventiva em nome dele”, declarou Coelho.

Após a expedição do mandado em nome do eletricista, as equipes da especializada se dirigiram até o endereço dele, onde cumpriram a ordem judicial. “Primeiramente, retiramos a jovem das proximidades do lugar, uma vez que ela estaria morando naquela área, pois a primeira intenção da Depca é sempre proteger a vítima. Em seguida, nós efetuamos a prisão dele”, relatou a delegada.

 

Confissão – Em depoimento na especializada, o infrator confessou que estuprava a enteada. Ele relatou, ainda, não lembrar precisamente quando os abusos iniciaram. Joyce Coelho ressaltou, ainda, que a mãe da jovem é conivente e omissa desde o início.

“A partir de agora, temos que ter muito cuidado na oitiva dessa mãe, considerando que existem ainda duas crianças menores, que agora só dependem dela. É uma situação familiar bastante delicada. Iremos dar todo o acompanhamento psicológico à família. Ao final dos procedimentos, essa mulher poderá ser indiciada pelo mesmo crime que o companheiro, na forma de omissão”, concluiu.

Indiciado - O homem foi indiciado por estupro de vulnerável. Ao término dos procedimentos cabíveis na especializada, ele será encaminhado ao Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM), onde irá ficar à disposição da Justiça.

“No caso da filha biológica, ele nega, mas nós reabrimos as investigações desse caso e, inclusive, vamos solicitar todos os prontuários médicos, todos os exames necessários, todas as oitivas e perícias que ainda podem ser feitas, para constatarmos os verdadeiros motivos da morte dessa criança. Iremos também realizar exames nas outras duas filhas dele e vamos ouvi-las, caso necessário, encaminharemos as crianças ao psicossocial e tratamento específico”, assegurou a titular da Depca.

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