O garoto de programa conhecido como “Mayron Marreta”, acusado de chantagear homens casados que procuravam por sexo fora do casamento, chorou no momento da prisão. Em vídeo, ele aparece algemado e pede para que a agente que o prendeu diga o motivo da prisão: “Me fala, por favor”.
Raphael Martins de Oliveira Silva, 26 anos, e o também gigolô Andrez Rocha Rodrigues, 22, codinome “Ator Carioca”, foram alvo de uma operação desencadeada pela 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) nas primeiras horas desta quinta-feira (13/4). As equipes cumpriram dois mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária em bairros de São Paulo.
De acordo com as investigações da Operação Laqueus, a dupla criou perfis sensuais em sites especializados em publicar anúncios de garotos de programa. Os criminosos, que moram na capital paulista, postavam em sites de vários estados do país em busca de vítimas para serem chantageadas e extorquidas. Vítimas escolhidas
As investigações da PCDF apontaram que os garotos de programa escolhiam homens casados de alto poder aquisitivo para serem alvo dos golpes. Quando identificavam uma vítima que se encaixava nesse perfil, a dupla tratava de conseguir fotos e vídeos durante sessões de sexo virtual.
Com o material em mãos, os autores se revezavam em extorquir dinheiro dos alvos. “Eles ordenavam que os homens realizassem transferências bancárias que variavam de R$ 3 mil a R$ 10 mil para que não expusessem a intimidade da vítima a familiares, especialmente esposas e companheiras, empregadores e pessoas próximas”, explicou o delegado.
Para reforçar a chantagem, os gigolôs encaminhavam dados pessoais obtidos ilicitamente na dark web, tais como endereço completo, nome dos pais e profissão.
Vários estados
As investigações apontaram que os autores realizavam anúncios em sites de garotos de programas em quase todos os estados da Federação. No período em que foram investigados, apurou-se que eles fizeram vítimas nas seguintes cidades: Macaé (RJ), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC), São Paulo, Maringá (PR) e Brasília.
No Distrito Federal, os autores realizaram anúncios se identificando como atores do Rio de Janeiro (“atores cariocas”), e visavam vítimas que fossem empresários e servidores públicos do alto escalão. Os presos responderão pelos crimes de extorsão, podendo ser condenados a uma pena de até 15 anos para cada vítima identificada.