26/10/2022 às 14h03min - Atualizada em 26/10/2022 às 14h03min

'Tentei ficar calma, mas tive medo', diz repórter abordada por ladrões em frente a estádio em Guaiaquil

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Foto: Reprodução
A repórter equatoriana que sofreu uma tentativa de assalto quando fazia um "ao vivo" na frente do estádio do Barcelona, em Guaiaquil (Equador), palco da final da Libertadores, no próximo sábado, entre Flamengo e Athletico Paranaense, disse com exclusividade ao PAGE NOT FOUND que, diante da violência, tentou ficar calma diante dos criminosos. "Mas tive medo", confessou Vanessa Robles, de 29 anos, jornalista da Teleamazonas, que mora em Guaiaquil, a maior cidade do país, desde que nasceu.
 
PAGE NOT FOUND: Você não sentiu medo ao ser abordada pelos assaltantes na moto?

VANESSA ROBLES: Tentei ficar calma porque estávamos ao vivo, mas fiquei com medo. Fiquei surpresa com a audácia dos criminosos. Apesar de estarmos ao vivo, eles queriam atacar. Tentei convencê-los com aquela desculpa de que "todo o país iria vê-los" e agradeço que o roubo não tenha sido consumado.

PNF: Mas, já que teve medo, não chegou a pensar em fugir deles?

VANESSA: Naquele momento eu pensei, se eu correr, minha equipe fica e é possível que eles roubem dels e me alcancem. Era fugir ou enfrentar a situação. Então fiquei e tentei usar toda a retórica possível para que eles refletissem que era pior para eles porque todo o país testemunharia suas más ações.

PNF: A violência é um problema grave em Guaiaquil?

VANESSA: A violência é um desafio que, como o resto das cidades da América Latina, a capital econômica do Equador deve enfrentar e, embora tenhamos convivido com isso, este ano tornou-se uma tarefa mais complexa de resolver devido às ações de organizações criminosas que atuam na região. As mortes violentas ultrapassam 1.200. É o índice mais alto que registramos.

PNF: Você acredita que os torcedores brasileiros têm motivos para se preocupar indo a Guaiaquil?

VANESSA: Todos os turistas devem tomar precauções ao chegar a um novo país. Estou otimista e acredito que, após este incidente, as medidas de segurança serão intensificadas sobretudo porque ser a cidade da final da Libertadores implica uma reativação econômica significativa que nenhum setor quer perder.

PNF: Como os seus colegas jornalistas reagiram ao episódio?

VANESSA: Todos foram muito simpáticos, recebi mensagens de colegas da minha cidade, de outras províncias e de fora do país e até de muitas pessoas que não conheço. Eles ecoaram o episódio imediatamente em outros meios de comunicação como um alerta para tomar as medidas necessárias.

PNF: Foi o pior incidente na sua carreira jornalística?

VANESSA: Tenho 29 anos. Faço cobertura de rua há seis anos. Não tenho medo de pegar o microfone e ir a setores perigosos para entrevistar pessoas, tenho feito isso o tempo todo, mas pela primeira vez senti medo, mas naquele momento meu interior foi invadido pela calma, senti paz apesar da circunstância, era meu anjo da guarda me apoiando.

PNF: Nas redes sociais, muitos brincam que o microfone da TeleAmazonas deveria ser vendido para espantar ladrões...

VANESSA: (Risos) Sim. Há muitos memes nas redes. Gosto desse do microfone. Também gosto de um que diz que tenho "ovários maiores e mais fortes que esses 'homens' que têm medo de visitar Guaiaquil".

PNF: Na sua opinião, quem vai vencer a final da Libertadores?

VANESSA: Não deveria dizer, mas que seja um segredo: Flamengo.

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