17/08/2022 às 10h27min - Atualizada em 17/08/2022 às 10h27min

"A gente tenta ser do bem", diz pai de falsa vidente preso por roubo de R$ 700 milhões de idosa no Rio

Slavko Vuletic e Diana Rosa Stanesco, namorada de filha da vítima, foram encontrados em Saquarema

R7
Slavko Vuletic e a filha, Diana Rosa Stanesco, estavam escondidos em Saquarema REPRODUÇÃO/RECORD TV RIO
A Polícia Civil prendeu, nesta terça-feira (17), mais dois envolvidos no roubo de mais de R$ 700 milhões da viúva de um colecionador de arte em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Slavko Vuletic e a filha, a falsa vidente Diana Rosa Stanesco, em Saquarema, na região dos Lagos.

Ao ser detido pelos agentes da Deapti (Delegacia de Atendimento à Terceira Idade), Slavko disse: "A gente não é do mal. A gente tenta ser 'o mais possível' do bem. Mas aí, tem seus desvios, com certeza".

A dupla foragida estava escondida em uma casa alugada por temporada no município fluminense desde a realização da operação Sol Poente, na última quarta (10). De acordo com a polícia, eles já eram estelionatários conhecidos por envolvimento em outros golpes.

Na ocasião, foram presos Sabine Boghici (filha da vítima), Rosa Stanesco (filha de Diana e namorada de Sabine); Gabriel Nicolau e Jaqueline Stanesco, filho e prima de Rosa, respectivamente.

Eles são suspeitos de articularem o roubo de R$ 725 milhões em obras de arte de Geneviève Boghici, de 82 anos, viúva do marchand Jean Boghici. Entre os quadros furtados, estavam trabalhos da pintora Tarsila do Amaral, como o Sol Poente, que deu nome à operação, avaliado em mais de R$ 200 milhões.

Diana foi a primeira a abordar a vítima. Se passando por vidente, disse a Geneviève que sua filha Sabine estava doente e iria morrer em breve. Assim, a idosa foi convencida de que deveria pagar R$ 5 milhões para a realização de um tratamento espiritual na filha.


Em 2020, após realizar diversas transferências em busca da cura de Sabine, a vítima passou a ser mantida isolada em casa pela filha, que demitiu funcionários e ameaçou a mãe com o auxílio dos comparsas.

Os quadros eram vendidos a negociadores de arte. Dois deles chegaram a ser expostos no Museu de Arte Latinoamericana, em Buenos Aires. Os outros 14 foram encontrados no Rio e em São Paulo e estão sob os cuidados da polícia.

Quando conseguiu se libertar do cárcere, Geneviève acionou os agentes, que passou a investigar a quadrilha.

Com a prisão de Slavko e Diana, todos os envolvidos no golpe estão detidos, segundo a polícia. O grupo irá responder pelos crimes de estelionato, roubo, extorsão, cárcere privado e associação criminosa.

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