A noite da última terça-feira (29/3) foi marcada na divisa entre o Kansas e o Missouri (EUA) por uma forte tempestade. O fotógrafo Taylor Vonfeldt registrou com o seu celular o momento em que, durante a tormenta, uma série de raios diferentes caiu em Kansas City.
Taylor declarou que foram os "relâmpagos mais insanos que ele já havia registrado".
Na era para menos. O que ele registrou, na verdade, foram raios ascendentes. No fenômeno que viralizou, os raios parecem começar no solo, viajando na direção da nuvem. Isso é diferente dos relâmpagos tradicionais (descendentes), que são vistos indo da nuvem ao solo.
Também chamados de invertidos, esse raios partem geralmente de uma estrutura alta na superfície e se propagam na direção das nuvens. Eles também são observados no Brasil.
"Constatamos que os raios ascendentes são iniciados a partir da ponta de uma torre ou para-raios de um edifício alto, por exemplo, na sequência de um raio descendente (para baixo) e a uma distância de até 60 quilômetros", disse Marcelo Magalhães Fares Saba, pesquisador do Inpe e coordenador do projeto, à agência FAPESP.
De acordo com os pesquisadores, raios descendentes são muito mais comuns do que os ascendentes e ambos têm a mesma intensidade. Os raios ascendentes, porém, costumam ter duração 40% maior e, felizmente, não apresentam risco de atingir humanos, pois são originados na ponta das torres.
"Temos observado que estruturas com mais de 70 metros são sujeitas a gerar raios ascendentes", explicou Saba.