13/10/2021 às 22h24min - Atualizada em 13/10/2021 às 22h24min

Quem são as pessoas que estão pedindo autógrafo a Suzane Richthofen

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R7
Foto: Reprodução
Um crime frio, brutal e que chamou a atenção de todo o país. Em 2002, aos 18 anos, Suzane von Richthofen matou os próprios pais, visando sua parte na herança. Depois do homicídio, agiu como se nada tivesse acontecido e ainda deu uma festa para algumas amigas em um sítio no interior de São Paulo.

Nas semanas posteriores, com todas as evidências vindo à tona, ela acabou confessando o crime e foi presa pela Polícia Civil. Suzane foi inicialmente condenada a 39 anos e seis meses de reclusão pela morte dos pais, mas desde 2015 está em regime semiaberto e agora iniciou o curso de biomedicina na Universidade Anhanguera de Taubaté.

Segundo informações divulgadas pelo jornalista Erlan Bastos, a criminosa se tornou popular no ambiente universitário e tem sido tratada como celebridade. Uma aluna chegou a dizer nas redes sociais que "ela chegou falando com todo mundo, toda cínica, muito simpática. E o pessoal babou o ovo dela e pediu autógrafo no caderno como se fosse famosa".

Em nota, a Faculdade Anhanguera negou qualquer tipo de tratamento diferenciado:  "Informamos que não procedem as informações que têm sido divulgadas em redes sociais e na imprensa a respeito da rotina da unidade de Taubaté. (...) A Faculdade Anhanguera ressalta que todos os alunos são tratados de forma igual e que as atividades desenvolvidas em classe são estritamente acadêmicas".

Crime x fama


De qualquer maneira, o que chama atenção nessa história é que, além da possibilidade de estarem pedindo autógrafos, vários fã-clubes foram criados nas redes sociais para homenagear Suzane.

Tal atitude impressiona e nos faz refletir: que tipo de pessoa pode enaltecer um criminoso dessa maneira? Será que estamos falhando como imprensa ao repercutir casos de crimes?

Infelizmente, é cada vez mais frequente ver aqueles que dizem defender os direitos humanos pintarem criminosos como inocentes e policiais como algozes. Além disso, a indústria cinematográfica acaba incentivando essa atração doentia por criminosos ao romantizar os crimes nos filmes e séries. O mesmo vale para o sensacionalismo jornalístico.


Mudança

Desde Barrabás, quando o povo decidiu livrar um conhecido criminoso da crucificação e condenar Jesus Cristo (que não tinha cometido nenhum crime), até os dias de hoje, o comportamento humano é questionável em vários aspectos.

Não estou falando que quem cometeu um crime não tem direito de recomeçar. A ressocialização é necessária e, infelizmente, nosso sistema prisional é deficitário no que diz respeito a isso. Já disse neste blog que o Brasil investe muito pouco em processos eficientes de ressocialização e na aplicação dos regimes semiaberto e aberto.

Mas, além disso, idolatrar bandidos como Suzane, o goleiro Bruno, Elize Matsunaga, entre tantos outros, só mostra quão doente a sociedade está e quanto aplaudi-los incentiva o aumento da criminalidade no nosso país.

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