23/11/2018 às 11h36min - Atualizada em 23/11/2018 às 11h36min
Número de ocorrências tendo mulheres vítimas diminui em Manaus
De janeiro a outubro deste ano, foram registradas 90.826 ocorrências com vítimas do sexo feminino em Manaus.
SSP-AM
Reprodução No Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, o número de registros de ocorrências tendo mulheres vítimas apresentou uma redução de 13,2% em Manaus se comparados os dados de 2017 e 2018. Os dados são da Secretaria Executiva Adjunta de Inteligência (Seai) da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-AM). Os números não englobam os casos de feminicídio.
Para a titular da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM), delegada Débora Mafra, o número de registros é resultado do maior volume de denúncias das próprias vítimas, o que acaba inibindo a prática de novos atos de violência. “A mulher amazonense está denunciando cada vez mais e não aceitando ser objeto de violência”, disse a delegada.
De janeiro a outubro deste ano, foram registradas 90.826 ocorrências com vítimas do sexo feminino em Manaus. Os maiores registros foram de violência doméstica (17,9%), seguido de roubos (17,8%), ameaças (12,2%) e furtos (11,9%). Foram registradas, ainda, outras ocorrências não especificadas envolvendo mulheres que totalizaram 29,5 mil casos.
No mesmo período de 2017 foram registradas 104.364 ocorrências tendo mulheres como vítimas em Manaus. Entre elas, o maior volume de registros foi de roubo (20,4 mil), seguido por violência doméstica (17,7 mil casos), furto (11,4 mil casos) e ameaça (11,3 mil). Outras ocorrências não especificadas, mas que tiveram mulheres como vítimas chegaram a 32,5 mil casos registrados.
De acordo a delegada Débora Mafra, as denúncias dos casos de violência doméstica são fundamentais para coibir a criminalidade. “As mulheres vítimas de violência doméstica não podem se calar, sempre devem denunciar o que sofrem”, ressaltou.
Ela informou que a DECCM tem parceria com a Defensoria Pública do Estado (DPE-AM), o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e demais órgãos municipais e estaduais para coibir atos de violência contra a mulher e dar o suporte necessário às vítimas. “As mulheres devem reescrever sua história, sendo a protagonista e não ser coadjuvante da história de um relacionamento de violência”, disse a delegada Débora Mafra ao ressaltar a importância da denúncia de casos de violência contra a mulher.
Maria da Penha – O secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel da Polícia Militar do Amazonas Amadeu Soares, afirmou que as mulheres estão sendo encorajadas a denunciar, especialmente após a Lei Maria da Penha. “O Estado precisa utilizar os mecanismos para punir os responsáveis por essa violência”, afirmou.
No mês passado, a SSP entregou três viaturas ao programa Ronda Maria da Penha, marcando o início do trabalho conjunto da Polícia Militar e Polícia Civil em defesa de mulheres vítimas de crimes. “Estamos reforçando não só a prevenção, mas a repressão qualificada, ou seja, punindo aquele autor que pratica a violência contra a mulher e isso vai ocasionar a redução da impunidade, reduzindo os indicadores de violência contra a mulher”, afirmou Amadeu Soares.