13/04/2021 às 17h30min - Atualizada em 13/04/2021 às 17h30min
Caso Henry: menino fez videochamada para contar à mãe sobre agressões de Jairinho
PORTAL DO SENA - Informando com credibilidade
Extra
Foto: Brenno Carvalho / O Globo A professora Monique Medeiros da Costa e Silva foi avisada pelo próprio filho, o menino Henry Borel Medeiros, de 4 anOS, morto em 8 de março, de que ele vinha sofrendo agressões do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido).
De acordo com o novo depoimento prestado pela babá Thayna de Oliveira Ferreira ao delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), no dia 12 de fevereiro, a criança fez uma videochamada para contar para mãe pessoalmente sobre o ocorrido.
Thayna, que mentiu no primeiro depoimento, no dia 24 de março, contou na segunda-feira à polícia que não falou antes sobre as agressões por medo do vereador e também por um pedido de Monique. Jairinho e Monique foram presos na última quinta-feira, dia 8.
"Por chamada de vídeo, relatou à mãe as agressões sofridas, exatamente como havia feito à declarante, pedindo que Monique chegasse logo", diz o relatório do depoimento de Thayná à polícia, ao qual o EXTRA teve acesso.
Em seu depoimento, Thayna contou ainda que presenciou pelo menos três vezes em que o menino foi agredido.
A primeira aconteceu no dia 2 de fevereiro, quando Monique estava fora de casa, numa aula de futevôlei.
Na ocasião, o menino teria sido chamado de mimado por Jairinho e, logo depois, levado para o quarto do vereador.
Segundo a babá, ele ficou meia hora com a criança no quarto. O menino teria dito que não lembrava o que aconteceu, mas à tarde não quis brincar no parquinho pois estaria com o joelho doendo.
Segundo a babá, Monique disse que ele estava inventando a história.
A segunda situação foi no dia 12 de fevereiro, quando a mãe de Henry saiu de casa para fazer as unhas. À polícia a babá contou que o vereador chegou em casa cedo, e que foi recebido pelo menino com um abraço.
Apesar disso, ele em seguida chamou a criança para seu quarto com a desculpa de que queria mostrar algo que tinha comprado, segundo Thayna.
Ela então diz que ouviu o menino gritar por elas, mas que a porta do quarto estava fechada, e não conseguiu entrar, por isso mandou mensagem avisando para a Monique.
Depois que o menino saiu do quarto ele estava triste, mas só relatou o que aconteceu depois que o vereador saiu de casa.
"Falou à declarante que Jairinho tinha dado uma "banda" nele e chutado. Que toda vez faz isso", relatou a babá em seu depoimento, que acrescentou ainda que o menino não deixou ela lavar sua cabeça durante o banho porque estaria doendo.
Thayna contou que fez um vídeo do menino mancando e enviou para Monique, e que depois a mãe pediu para que ela ligasse por vídeo para falar com a criança.
Neste momento Henry teria falado pessoalmente para mãe o que aconteceu. Na troca de mensagens Monique chega a dizer que iria colocar câmeras escondidas em seu quarto.
'Você gosta de ver sua mãe triste com o tio?'
Ainda em seu depoimento, depois da ligação Henry para a mãe, Dr. Jairinho teria voltado para casa a brigado ainda mais com a criança, dessa fez na frente da ex-funcionária. Irritado, ele chegou a tentar puxar o menino, mas não conseguiu.
"Henry, o que falou para a sua mãe, você gosta de ver sua mãe triste com o tio? Você mentiu para a sua mãe?", teria dito o vereador, de acordo com o depoimento da babá.
Ainda segundo o depoimento, quando Monique voltou da manicure colocou a babá e a criança no carro e saíram para conversar.
Ela então teria voltado para casa e feito as malas. Ela disse que iria para Bangu, onde sua mãe morava. A babá, no entanto, relatou que depois viu pelas redes sociais que, na verdade, Monique teria ido passar o carnaval com Jairinho em Mangaratiba.
Ela disse ainda que viu um raio-x no quarto da criança, e que a professora falou que levou a criança ao hospital, mas que nada tinha acontecido.
Ela também teria desistido de instalar as câmeras escondidas, segundo a babá.