Robert Aaron Long, de 21 anos, foi indiciado nesta quarta-feira (17/3) pela morte de oito pessoas, a maioria mulheres de ascendência asiática, em três casas de massagens nos arredores de Atlanta (Geórgia, EUA), no dia anterior.
O massacre alimentou o terror entre a comunidade asiático-americana, que tem sido cada vez mais alvo durante a pandemia do coronavírus. Porém Robert Aaron negou que a motiviação da chacina tenha sido racial.
O jovem, preso na noite de terça após perseguição de três horas, afirmou à polícia ser "viciado em sexo" e que frequentava casas de massagem.
O ataque seria, segundo ele, uma forma de "eliminar" o que Robert Aaron via como "fontes de tentação", contou a agência AP.
Seis das vítimas foram identificadas como asiáticas e sete eram mulheres. Há suspeita de que o americano planejava atacar a indústria sexual da Flórida, alvejando os mesmos tipos de estabelecimentos.
De acordo com a CNN, Robert Aaron esteve internado em uma clínica para reabilitação de viciados em sexo. A informação foi revelada por outro interno, que dividia um quarto com o acusado.
O ataque parece ter ocorrido na "interseção de violência de gênero, misoginia e xenofobia", disse o deputado Bee Nguyen, do estado da Geórgia, o primeiro americano de origem vietnamita a ter um mandato no Congresso estadual e um defensor frequente das mulheres e das comunidades negras.
No Instagram, Robert Aaron chegou usar o lema "Pizza, armas, bateria, música, família e Deus. Isto resume muito bem a minha vida. É uma vida muito boa".
A sua página na rede social, que saiu do ar, costumava ter citações bíblicas.
A prefeita de Atlanta, Keisha Lance Bottoms, disse que, independentemente da motivação do atirador, "é inaceitável, é odioso e tem que parar".
Inicialmente, quatro pessoas morreram e outra ficou ferida em uma casa de massagem no condado de Cherokee no final da tarde.
Duas pessoas já estavam mortas quando a polícia chegou e outras duas chegaram a ser socorridas com vida, mas não resistiram.
Pouco depois, a cerca de 50km do primeiro ataque, disparos em outras duas casas de massagem, que ficam em frente uma da outra, deixaram mais quatro mortos.
O ataque foi o sexto assassinato em massa este ano nos EUA, e o mais mortal desde o assassinato de Dayton em agosto de 2019, que tirou a vida de nove pessoas, de acordo com um banco de dados compilado pela agência Associated Press, o jornal "USA Today" e Northeastern University.